Quando eu tinha uns 16 anos, viajei pra o norte do Paraná com o meu irmão pra conhecer a família da noiva dele (hoje ex-noiva). Altas aventuras de fusca. Fiquei mais ou menos um mês em Arapongas e Barbosa Ferraz. Tive boas experiências e conheci as diferenças de cultura. Mas dentre várias coisas, algo que me marcou foi o Café! Em cada casa em que os moradores convidam pra entrar, tem uma garrafa térmica em cima da mesa com café quentinho. Nas primeiras casas em que chegamos, fomos convidados a entrar e provar a bebida. O café lá é servido em copos, e já vou prevenindo o leitor de que é difícil segurar o copo quente nas mãos, enquanto uma mão queima a outra vai esfriando, e assim vai se dando a troca, mas o esforço vale a pena. Depois de algum tempo, fomos alertados de que encher o copo de café é encarado como má educação. No máximo, o café deve chegar ao meio do copo. A bebida por aquela região é adoçada na hora do preparo e o que a marca é a doçura. Mas ela vem com algo a mais.
Prestei atenção no modo de preparo, na marca do café, e decidi que quando voltasse pra casa, faria o meu café daquela maneira. No dia em que eu estava voltando para casa, o motorista do primeiro ônibus parou em uma lanchonete pra tomar o café da manhã. Pedi um copo da bebida para o atendente e degustei novamente aquele néctar. Quando cheguei em casa, nunca consegui preparar um café com aquele sabor. Meu irmão trouxe em uma térmica um café feito lá. E novamente eu provei o delicioso café de Arapongas e Barbosa Ferraz . A térmica esvaziou e eu me dei conta de que só voltando para aquela cidade para mim provar de novo o melhor café da minha vida. Aos que odeiam café doce, provem o café de Arapongas e Barbosa Ferraz. Aos que amam café doce, recomendo também.
—
Publicado originalmente em 16 de Março de 2020.
Deixe um comentário