Nas conversas do dia a dia, muitas vezes surge o tema educação, ocorrem notícias sobre violência nas escolas, abuso de autoridade por parte dos professores, alunos cada vez mais rebeldes. Com uma notícia assim, os participantes na roda de conversa começam a relatar suas experiências.
Os mais velhos falam:
— “Se apanhando o aluno aprendesse, eu teria doutorado em matéria de vida”, diz um.
— “O professor usava a palmatória cada vez que algum de nós olhasse para o lado!”
— “Eu fiquei muitas vezes ajoelhado em milho, feijão e tampinhas de garrafa”.
Eles revelam assim o abuso de autoridade por parte dos professores naqueles tempos nas escolas de interior. Não consigo entender se eles falam isso com orgulho e gostariam que os filhos tivessem o mesmo tipo de ensino, ou invejam a atual forma de educação.
Chega a minha vez de falar sobre os castigos que eu tive na escola.
— “A minha professora no primeiro ano puxava a minha orelha de leve, e eu assinei uma vez o “livro negro””.
Sinceramente, não sei se devo ficar com orgulho ou vergonha. Orgulho por fazer parte dessa geração que “resolve tudo no diálogo” ou vergonha pelos jovens da minha geração a quem o diálogo não adiantou.
—
Publicado originalmente em 4 de Janeiro de 2020.
Deixe um comentário