Faz três anos!

Três anos, uma semana e alguns dias, para ser mais exato. Naquela manhã o fusca amarelo começou sua jornada, do nordeste catarinense em direção ao norte do Paraná. Meu irmão no volante e eu segurando em vão o sono, fazendo a vez de copiloto. Fui acordado uma ou duas vezes, ouvindo a voz brincalhona me lembrar que eu não estava conseguindo cumprir com as obrigações que o meu papel exigia.

Durante o caminho houveram algumas paradas em obras na pista, uma para lanchar e ir ao banheiro, e outra em que o fusca começou a fazer um barulho fora do normal, que foi devidamente consertado pelo meu irmão. Era uma porca de parafuso que a gente não fazia ideia de onde saiu, e estava sendo jogada de um lado para o outro pela hélice de refrigeração.

Depois de algumas horas chegamos em nosso destino. Conheci pessoas incríveis, que me deram abrigo e também estavam ajudando com os preparativos do evento. Familiares da noiva, amigos da noiva, todos me receberam de braços abertos. Vou destacar aqui a mãe da noiva, que está no seleto grupo de senhoras que recebem um cantinho especial no meu coração, as que me chamam carinhosamente de “fío”, que me adotaram, e me dedicaram seu infinito amor materno.

Terminado o descanso, tive um dia agitado carregando alimentos, ajudando com os enfeites, esticando uma lona em um quiosque no jardim, pendurando um fio cheio de lâmpadas por cima da piscina da chácara. E ajudando a carregar uma mesa mágica, mesa de vidro e peso de chumbo.

O sol quente estava rosando a minha pele clara, e em vários momentos alguém perguntava com um tom de afirmação: “Lá em Santa Catarina não é quente assim né?(!)”. E eu não sabia direito o que responder, pois eu mesmo não sentia diferença nenhuma. Mas explicava que em minha cidade o sol também é cruel quando mal humorado, dependendo das fases da lua. Porém, quando o calor ataca, podemos nos abrigar nas diversas cachoeiras da região.

Lembro da varanda com cadeiras confortáveis e vento fresco, o pé de manga no quintal. O café moído na hora, no moedor ao lado da porta, a praça do trilho de trem e a barraca de caldo de cana. Também não esqueço do chopp, ah, aquele chopp! Me dá água na boca só de lembrar. E o de uva no cinema do Shopping foi outro inesquecível.

Ao fim da aventura voltei de carona com a prima da noiva até Curitiba, depois peguei o ônibus para a minha cidade. O fusca amarelo voltou pelo mesmo caminho uns dias depois, trazendo os noivos para uma nova vida, a vida de casados.

A. & I. Feliz aniversário de casamento, que essa união continue sendo abençoada, para sempre.
Esse ano decidi fazer algo mais elaborado que um texto no Whatsapp, espero que gostem.

Publicado originalmente em 21 de Janeiro de 2022.


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