Domingo a tarde, Adriano foi tomar banho pra sair com os amigos. Ligou o chuveiro, molhou o cabelo e abriu o frasco de shampoo. Em seguida fez o movimento rotineiro de virar o frasco pra despejar uma “gota” do produto na palma da mão.
O movimento que muitas vezes é seguido da frase: “Foi demais, não preciso tanto”, e como é quase impossível devolver uma parte ao frasco a gente pensa: “Eu mereço essa regalia, não preciso economizar isso”.
Mas dessa vez não saiu nem uma única gotinha. “Está entupido” — pensou Adriano — ” Comprei na semana passada”. Então, agitou o frasco violentamente pra ver se desentupia.
— Para com isso! — Adriano ouviu. Dessa vez, em vez de shampoo, saíram faíscas e fumaça da embalagem. Em seguida um boneco.
— Cof Cof. Malditos efeitos especiais, abra essa janela!
Adriano pegou a toalha para cobrir suas partes, desligou o chuveiro e abriu a janela.
— Quem é você? E o que faz no meu banheiro?
— Me chame de Gênio. Eu era Gênio da lâmpada, mas ninguém mais usa isso.
— O que você quer?
— Lhe conceder 3 desejos.
— Desejos? Eu quero shampoo!
O Gênio estralou os dedos, e depois de algumas faíscas e fumaça, lhe entregou um frasco.
— Esse aí é coisa fina. Não vai achar em lugar nenhum, é artesanal. Você tem mais dois desejos.
— Eu desejo Paz!
O gênio estralou os dedos. Saíram faíscas e fumaça.
— Pronto! — Disse o gênio. Adriano esperou por alguns segundos.
— Mas não aconteceu nada!?
— Exato! Isso é paz, não é? Tem mais um desejo.
— Saia já daqui!
— Não precisa ser tão rude.
O Gênio estralou os dedos, e após saírem faíscas e fumaça, desapareceu.
—
Publicado originalmente em 4 de Agosto de 2020.
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