Primitivo

Já era noite, o fogo no fogão a lenha estava aceso, eu aproveitava aquele momento, lavando algumas louças e limpando a cozinha. A lixeira de lixo orgânico da cozinha ficou cheia.

Como moro em um sítio, jogo o lixo orgânico em um lugar onde era o antigo galinheiro. Com o tempo e a umidade ele se decompõe.

Aquela era uma noite clara em relação às outras, então não levei a minha lanterna. Joguei o lixo e, quando estava voltando, vi uma silhueta.

Quando me aproximei, constatei que era um homem primitivo. Um homem baixo, com barba, cabelos compridos e uma roupa de peles. Ele estava perdido, devia ter fugido de algum museu. 

Ele não sabia falar, ou pelo menos, não falava português, apenas fazia alguns gestos e grunhia. O convidei a entrar, mas fiquei com medo de ele quebrar a minha mobília. Ele ficou maravilhado com a luz elétrica e a água encanada.

Não, brincadeira, esqueça a parte improvável dessa crônica, pois não deu nem tempo de eu ver do que era aquela sombra.

Publicado originalmente em 20 de Setembro de 2019

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